O futebol voltou a ser arte e poesia. O Mestre sala dos campos desfilou toda sua maestria, com um par à altura, um bailado com desenvoltura que fez o povo cantar e ao povo encantar. Um momento único, em que uma partida reúne uma única torcida, na realidade uma plateia, a espera do próximo ato. Foram noventa páginas destinadas a adentrar o hall dos bestsellers. O herói, desacreditado, fadado à aposentadoria, revive diante do seu pupilo, que começa a batalha, insinuante, envolvente, mortal. mas, eis que, de repente, sem mais nem porquês, sem se saber de onde, o outrora renegado sai da sombra e se enche de luz. Como o Balboa de Stallone, o “Dente” se recria, em uma cópia de si mesmo, traz lembranças que outrora foram tradução de alegria, diz ao mundo que novamente que mostrar sua magia, e encara de frente seu jovem e faminto algoz. Usando velhas armas, iguala as forças, vira o campo, o menino mete outra, mas o velho ainda sabe remar. Faz como o velho marinheiro durante o nevoeiro de uma nau do Ilustre Paulo de Vasco e apresenta velhos argumentos, fazendo o peixe, para o Urubu, sambar. O tradicional de cima, se inverte, surpreende no improvável embaixo. O pupilo estremece mas não se entrega, um roteiro com um final pra lá de feliz, sem querer ser brega, e o velho Gaúcho o último prego martela, é hora de novamente ganhar.
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