Cresci vendo meu Flamengo com um ídolo e grandes escudeiros. No início dos anos 1980, ia de chuteiras e uniforme completo, como um bom mascote, assistir à preliminar e depois o show dos meus ídolos. Sinceramente, não me lembro muito dos jogos aos cinco anos. As lembranças vêm posteriormente, de VTs e histórias do meu pai. Zico era a cara do meu time, assim como Dinamite era a referência do Vasco. O Fluminense veio, posteriormente, com um time fabuloso, com o “Casal 20”, Romerito, Branco, entre outros. Mas não tinha “O” cara, mas grandes jogadores. O Botafogo.... bem a galera da estrela solitária amargava um jejum de mais de uma década, depois duas décadas, até chegar aos 21. Mas vivia dos ídolos do passado. Hoje, o que vejo é o Flamengo vindo de uma tentativa frustrada de alçar Ronaldinho Gaúcho ao posto de ídolo, vago, após mais um surto do “Imperador” Adriano - ídolo genuíno, de pele rubro-negra. Já os outros três oferecem à torcida um time com referência. O Fluminense, tem em Fred, seu goleador, ídolo e homem de seleção. No Vasco, Juninho volta, com as chuteiras já no ombro, mas servindo de referência a um time limitado, que está sendo organizado pelo competente Dorival Junior. Seedorf, no Botafogo, está na mesma linha, mas é um caso à parte. Que prazer é ver o Negão jogar. Mata no peito, sente o perfume de sua senhora, e a faz descer, sutilmente, a sua frente, deixando-a ser admirada pelo adversário, antes de servir a um companheiro ou, simplesmente, dar um passe de lado. A cavadinha diante do Vasco foi com uma simplicidade, que só mostra o tamanho do talento deste craque. Vivemos um paradoxo, onde atletas em fim de carreira estão voltando ou vindo para o Brasil, por falta de espaço na correria do futebol europeu, tido como o melhor do mundo. Diante da goleada sofrida pelo Santos para um Barcelona ainda em pré-temporada - que vergonha alheia - só podemos dar razão. Ou não. O passeio da nossa seleção sobre a melhor do mundo, La Fúria, com destaque para o nosso projeto de ídolo Neymar e Fred. Projeto sim. Neymar ainda tem que ultrapassar o amigo Robinho e depois pensar em brigar com Messi e Cristiano Ronaldo pelo posto de melhor do mundo. Robinho ficou pelo caminho como um bom atacante. Vamos ver se Neymar vai ser muito mais que isso. Mas voltando ao foco, dois jogadores que jogam no mais competitivo campeonato nacional do mundo, pelo número de equipes que almejam o título, mas que não tem o poderio financeiro europeu, onde estão as grandes estrelas. No entanto, a decantada melhor do mundo Espanha,, que levou um baile brasileiro na final da Copa das Confederações, é inspirada no nosso futebol, mais técnico, de posse de bola, habilidade, o verdadeiro espetáculo, a referência. Será que os nossos times e, em consequência, o nosso campeonato, não são tão competitivos? O nível técnico é realmente tão baixo? Temos jogos ruins no Brasileirão. Fato! Mas, quantos jogos bons temos em um nacional da Itália, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. Clássico é sempre bom jogo, seja pela movimentação, pela paixão que envolve, pela vontade e mística. Vasco e Botafogo ontem foi um exemplo: Um vasco limitadíssimo, igualando o jogo com um Botafogo, que é líder, está encaixado e é bem comandado pelo Oswaldinho - sou obrigado a reconhecer. Um jogo movimentado, com alternativas táticas por parte do Botafogo, comandado por Seedorf, e um Vasco dependente de Juninho, com muita vontade e um goleador como o André. Belo jogo, cinco gols, e a liderança do Botafogo.
O Flamengo aproveitou a ressaca do Galo e aliviou a pressão com um três a zero inusitado. Quando cheguei no bar Nêga Teresa, em Santa Teresa, para ver o jogo, me surpreendi com os dois a zero. Não fui o único. Todo flamenguista, que vinha se informar, achava que estava sendo sacaneado. Vi o terceiro gol e fui sorrindo, mas não enganado, ver o classico do Maracanã.
E o Fred hein? Vai parar de bater pênalti? Nem no rebote entra. Que fase. Mas o Frederico tem crédito de sobra. Vamos só ver se não dá briga com o Luxa.
AH!!! Voltei do jogo, de metrô, ouvindo os comentários do meu amigo anão, o Jorge Nunes, na rádio Tupi, ao lado do grande Jotinha. Jorginho desceu a lenha no Pedro Ken. E com razão. Tem gente ali que não tem condições de vestir camisa de clube de primeira divisão. Mas os clubes são reféns dos empresários, então somos obrigados a ver cada jogadorzinho em campo. Vou contar uma coisa.
É isso, levanta a cabeça e toca por cima, segue o jogo. Fui...
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